O alfa e a Água

Para um olhar desatento, uma sensibilidade não muito apurada, um pensamento crítico negativista, dizer que, ao mesmo tempo, um alfa deve manter sua postura, em qualquer situação, e que ele deve ter suas ações adequadas a cada caso é um extremo contra-senso, é algo que atenta a lógica, a razão.

Muitos leitores me questionam:

“The Hunter, se você diz que devemos focar em nossa melhoria, ao invés de nós preocuparmos com fatores externos, como você pode dizer que devemos pautar nossas ações de acordo com os elementos de cada caso?”

Além de ser uma pergunta, bastante, pertinente, demandar várias páginas ou mesmo horas de podcast para ser respondida, corre-se o risco de, ao final, a resposta não ser entendida na sua essência. Muitas vezes, não por deficiência da explanação do emissor, ou da falta de interesse e atenção do receptor, mas sim pela subjetividade intrínseca das palavras.

Contudo, se compararmos um alfa com a substância que é a fonte da vida em nosso planeta, conseguiremos, de forma fácil, romper as barreiras desse paradoxo existencial.

A água é um material que assume várias formas e contornos. Ela sobe até os céus em forma de vapor, desce à terra como gotas de lágrimas, percorre corredeiras, desce cachoeiras, cabe em um oceano, ou no menor de todos os orifícios. Vive sua existência sem dar desculpas para deixar de contornar seus obstáculos. Mesmo moldando-se a cada situação, ela não perde sua integridade, não deixa de ser um elemento composto, por ligações covalentes, de dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio.

Portanto, leitores, um alfa, apesar de ser raro, guarda semelhança com a substância mais abundante encontrada em nosso planeta. Ele utiliza-se de sua essência para adequar-se às situações do cotidiano.

The Hunter

7 comentários em “O alfa e a Água”

  1. Só mesmo o The Hunter para, a partir de uma analogia aparentemente simples, extrair um uma bela poesia em forma de post.

  2. excelente. em um momento de reflexão, tb fiz um comparativo nesse sentido (talvez nao com a mesma maestria). no caso que imaginei, o PT seria a nossa constituição, que se modifica para satisfazer e suprir os novos anseios da sociedade. entretanto, o faz sem modificar a sua essência, que seriam as suas cláusulas pétreas!

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